sábado, 2 de janeiro de 2010


Agora subitamente aconteceu algo que até então julguei improvável, eu voltar a escrever qualquer coisa que não tivesse um cunho social, ou científico. Mas aconteceu, bateu uma vontade enorme de sentar aqui e apenas escrever coisas, coisas bem comuns e que talvez nem ao menos seja tão compreensível quanto qualquer melodia popular.
Escrever sobre talvez o que estou vivendo, ou melhor, o que estou sentindo, registrar com letras cada uma das minhas ofegantes ou tranqüilas respirações, que acabam acontecendo como se estivesse fazendo exercícios respiratórios.
É tão esquisito depois de anos em que eu não consegui escrever uma só palavra, sentar e querer passar o resto do tempo livre escrevendo. E é porque nem sei se estou começando bem, não sei o tema e muito menos se irei terminar.
Passam várias coisas em minha cuca, talvez começar a levar a sério o blog e publicar tudo lá, ou guardar e publicar depois junto com tudo o que eu escrever. Aí essa sensação de voltar a escrever, digitando tudo rápido e surgindo muitas palavras na minha mente, é ótima algo inexplicável.
É irreal se sentir tão bem em frente a uma máquina simplesmente pelo fato de escrever, os barulhos que surgem ao redor fazem tanto sentido, ou não fazem sentido algum.
A cabeça de um poeta é tão complexa quanto o que na maioria das vezes ele escreve trabalhar a arte de escrever como se fosse à síntese de existir. Isso que o poeta faz e mesmo não me considerando poeta tenho certeza de que é muito mais complexo que a teoria da relatividade.
Einstein foi brilhante quando descobriu tudo aquilo, que estudamos e na maior parte das vezes nem imaginamos porque que devemos estudar tudo isso.
Mas nem a descoberta mais fantástica de qualquer astrofísico brilhante conseguiria chegar aos pés dessa sensação. É o resgate de algo precioso, que foi perdido. É como procurar no oceano e encontrar um pequeno diamante. Significa tanto como o abrir de uma flor que leva anos para crescer e muito mais tempo para se abrir, ofertando a nós a sua beleza inimaginável. Porque cada flor que se abre é um evento único, nenhuma flor é igual pra quem a ver se abrir.
A suntuosidade e majestade da dança das árvores que mesmo distintas juntas formam uma bela coreografia tendo como maestro o vento. Por mais que outrora impetuoso, agora busca a calmaria da dança perfeita do conjunto das folhas tão graciosas.
É nesse clima que me sinto muito bem, é com a inspiração dos movimentos simples, que agora desejo encontrar o conjunto de palavras mais complexas, com um propósito bem simples: descrever o que realmente sinto em voltar a escrever.
Mesmo que não seja um livro inteiro, mesmo que sejam apenas algumas palavras. Ainda que na segunda vez que leia ache tudo tão desconexo. Ainda sim me sinto bem, viva, envolvida no mundo que outrora eu o conhecia tão bem, o mundo das palavras.
De coração pulsante acelerado, peço a meu Deus que me ajude a caminhar tranqüila pelas palavras mais belas ou não, mais que sejam verdadeiras em todos os sentidos. Que influenciem para a transformação no melhor de cada um dos indivíduos que se permitirem ler.

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